
À medida que crescemos, cada um de nós vai desenvolvendo uma maneira para interpretar e interagir com o mundo a sua volta e com seus próprios sentimentos. Nascemos em uma família, dentro de uma comunidade. Apresentamos traços culturais comuns, que nos fazem parecidos. Em um determinado país, falamos o mesmo idioma. Dependendo da região, haverá um sotaque específico, hábitos alimentares, gestos. Há muitos aspectos comuns. Contudo, cada um de nós funciona, se comunica e interpreta a realidade de forma muito diferente. Esse modelo de mundo, também podemos chamar de jeito de funcionar. Nos permite escolhas diferentes e caminhos diferentes na vida.

Como formamos esse jeito de funcionar?
Aprendemos a lidar com nossas emoções à medida que experimentamos a vida. Vivenciamos o mundo através dos sentidos. O que vemos, ouvimos e sentimos fica registrado dentro de nós, na forma de imagens, sons e sensações.
Vamos registrando e armazenando informações de uma forma bem específica e organizada, vamos construindo nossa história pessoal. Com o que nos acontece, vamos formando filtros para viver a realidade. Nossas preferências, o que é certo, o que é errado, o que gostamos, o que não gostamos, como decidimos, aprendemos, nos motivamos, memorizamos e avaliamos as situações no nosso dia a dia. Nossos comportamentos, capacidades, estratégias, crenças-valores vão sendo moldados à medida que vivemos a vida.

O convívio com nossos pais, nossa família são fontes importantes de aprendizado, que influenciam bastante na formação desses filtros. A escola, também pode ser uma fonte importante nesse processo. Atualmente, o ambiente virtual também é importante fator na configuração das nossas experiências e aprendizagens, daí a importância de estarmos atento ao que nossos filhos estão consumindo na internet. Esses filtros, podem fazer com que as pessoas que vivem em um mesmo ambiente familiar, possam responder à realidade de formas completamente distintas.
Perguntas interessantes para ficar pensando
- Você já parou para pensar em como você lida com suas emoções?
- Você tem noção onde no seu corpo você experimenta os sentimentos? Você acha que é na cabeça?
- Como você interage com o que lhe acontece? Como recebe processa e responde ao que lhe acontece?
- Quais os filtros utiliza para responder ao que lhe acontece?
- Como as respostas que você está emitindo estão influenciando o caminho que sua vida está trilhando?

Então você poderia se perguntar: Porque eu deveria saber lidar com minhas emoções?
A medida que compreendemos nosso funcionamento e começamos a lidar melhor com nossos sentimentos, também podemos compreender melhor o mundo ao nosso redor e nos comunicar, nos relacionar melhor com as pessoas e viver vidas mais saudáveis. Além da nossa história pessoal, há outros fatores importantes que também contribuem com nossa saúde mental.
Nossa saúde mental também é influenciada por outros aspectos tais como:
- Qualidade do sono;
- Natureza e qualidade dos alimentos que ingerimos;
- Um corpo saudável e que se exercita;
- História pessoal bem integrada;
- Ambientes e contextos de vida (lar, trabalho, amigos, família);
ENTÃO O QUE NOS FAZ ADOECER DA CABEÇA? O que é uma doença mental? SERÁ QUE ESTOU FICANDO DOIDO?
Diversos motivos podem nos fazer adoecer. Geralmente, esse sofrimento não começa do dia para a noite. Mas traumas ou situações inesperadas podem abrir um quadro que já estava presente e não tínhamos consciência. Por outro lado, há condições clínicas que também podem gerar alterações no comportamento e nas emoções.
A verdade é que nunca sabemos quando a vida vai nos surpreender e como iremos lidar com uma determinada situação. Mas se estivermos cuidando da nossa saúde mental poderemos sair com menos arranhões nesse processo.
Algumas pessoas têm um histórico familiar importante para uma doença mental e isso pode ser um fator importante para o adoecimento. Por exemplo: os pais têm depressão, os avós tinham depressão, eu necessariamente poderei ter depressão? Não necessariamente. Apesar de ser um forte candidato. Contudo, mesmo não tendo um histórico familiar para doenças como depressão e ansiedade. Cada ser humano, hoje em dia, pode ser acometido por essas doenças. As dinâmicas familiares mais complexas, o ritmo intenso de trabalho com ambientes corporativos cada vez mais exigentes, o uso excessivo de telas e mídias sociais, o sedentarismo, dieta baseada em alimentos ultraprocessados, uma qualidade do sono prejudicada todos esses são fatores que podem estar influenciando para minar sua energia vital. E podem, sim, desencadear o adoecimento mental.
Como podemos atuar diante do adoecimento?
Podemos olhar para o passado de uma maneira diferente através da psicoterapia em suas diferentes abordagens. Por meio de uma ajuda profissional, é possível reorganizar o passado de outra forma e poder integrar experiências no passado para viver com mais leveza e bem-estar. É necessário ter acolhimento, aceitação incondicional, respeito à história de vida de cada indivíduo. Muitas vezes, faz-se necessário fazer uso de uma medicação para conseguir retomar as condições para abordar determinadas questões emocionais. Há transtornos mentais que é imprescindível o uso de uma medicação para estabilização do quadro. Há pessoas que sofrem por anos por não aceitarem procurar ajuda mediante uma consulta com uma Psicóloga, um Psiquiatra ou um médico que trabalhe com saúde mental. Ainda existe muito preconceito na nossa sociedade sobre uso de medicamentos controlados e sobre ir a uma consulta com a psiquiatria ou psicologia. Há pressupostos de que as pessoas que fazem terapias ou que utilizam alguma medicação são “doidas”. Ou temem ficar viciadas pelo uso de determinada medicação. Poderiam viver vidas muito melhores e felizes se procurassem ajuda. Se você chegou até aqui na leitura desse artigo e estiver precisando de suporte em relação a sua saúde mental. Ou, pensou em alguém que você conhece poderia se beneficiar compartilhe. Em caso de dúvida, ou se decidir buscar ajuda. Procure um Médico que trabalhe com Saúde Mental, um Médico de Família e Comunidade, um Psiquiatra, uma psicóloga que possa tanto contribuir com sua inteligência emocional quanto ser capaz de prescrever a medicação mais adequada e abordar os outros aspectos que influenciam na sua saúde mental como um todo.
